A história de Ricardo Sodré no Jiu-Jitsu começou em 1989, quando, ainda adolescente, recebeu um convite do amigo Marcos “Parrumpinha” para treinar na tradicional equipe Carlson Gracie. Ali veio o primeiro contato com a arte suave, sob orientação de Marcelo Alonso, com treinos que marcaram o início de uma jornada guiada por disciplina, consistência e paixão.

Após passagens por diferentes academias, como a de André Pederneiras, no Flamengo, foi ao lado de Sérgio “Bolão” Souza, onde chegou pelas mãos dos amigos Sérgio Ferrari e Carlão Barreto, que sua trajetória se consolidou. Em 2003, recebeu a faixa-preta, resultado de quase uma década de treinos intensos, competições e dedicação. “Os valores herdados das artes marciais, como resiliência, método e atenção aos detalhes, moldam até hoje minha postura profissional e acadêmica”, destaca.
Para Ricardo, o tatame nunca foi apenas um espaço de luta: foi seu primeiro laboratório de comportamento, estratégia e tomada de decisão sob pressão. Para ele, o Jiu-Jitsu ensina lições fundamentais que levam tanto para a clínica quanto para o ensino: consistência, controle emocional, paciência e adaptação estratégica.
Da paixão pelo esporte ao protagonismo na nutrição
Movido pela vivência no esporte e pelo interesse em entender como a alimentação impacta performance, saúde e longevidade, Ricardo encontrou na nutrição uma vocação. “A nutrição é um determinante fisiológico poderoso. Desde cedo percebi que queria trabalhar com nutrição esportiva de forma científica e responsável”, afirma.
Com mais de 20 anos de atuação, ele construiu uma carreira baseada em pilares sólidos: atualização científica constante, prática clínica individualizada e capacidade de traduzir evidências científicas em resultados reais. A rotina de estudo, segundo ele, é inegociável. “A leitura crítica da literatura sempre orientou minhas decisões. A experiência clínica refinou minha capacidade de individualização e de medir, ajustar e definir estratégias com precisão. E o trabalho como professor e palestrante ampliou o impacto da ciência e aprofundou meu rigor técnico”, explica”.
Como docente em pós-graduação, palestrante em congressos e speaker da marca de suplementos Vitafor, ele se tornou uma referência na formação de novos profissionais. A parceria com a empresa ampliou seu alcance. “Como consultor, atuo no desenvolvimento e formulações de produtos, treinamentos corporativos e materiais científicos. Como speaker, transformo ciência em conteúdo didático e acessível. Essa união fortalece um ecossistema mais crítico, responsável e orientado à excelência”, resume.
Ciência aplicada, visão interdisciplinar e futuro integrado
Sua prática clínica é marcada por uma abordagem interdisciplinar, integrando nutrição esportiva, emagrecimento, modulação intestinal, performance, longevidade e qualidade de vida. Esse olhar ampliado, segundo ele, é decisivo: “A visão interdisciplinar permite analisar o indivíduo em sua complexidade fisiológica. Evita reducionismos e sustenta intervenções mais assertivas, potencializando resultados sólidos e duradouros.”
A busca por atualização constante também é um diferencial, guiando suas decisões com base em fisiologia, bioquímica, treinamento e biomarcadores. “Essa imersão científica garante intervenções mais precisas e protocolos altamente personalizados e mais precisos”, afirma.
Ao comparar a evolução da nutrição com a do Jiu-Jitsu, Ricardo destaca uma convergência clara: ambos deixaram o empirismo para adotar rigor técnico e metodologia. Seu próprio retorno aos treinos, após oito anos de pausa, deixou esse avanço ainda mais evidente. Assim como a ciência nutricional, o Jiu-Jitsu evoluiu em estratégias, informação e tecnologia.
“Vejo um futuro em que esporte e nutrição se integrarão ainda mais, com uso ampliado de dados, intervenções personalizadas e foco na longevidade e no desempenho funcional. Ciência, tecnologia e prática esportiva caminharão juntas para resultados mais seguros e eficientes”, projeta.






