Paulo César Fernandes Burgareli, de 51 anos, é um nome que prova que dedicação e paixão pelo Jiu-Jitsu não têm idade. Natural de Jacareí (SP), ele construiu um currículo impressionante nos últimos anos, conquistando títulos de peso em competições nacionais e internacionais. Entre os resultados mais recentes, estão o título de campeão do Rio International Open, do Curitiba International Open e do São Paulo International Open da IBJJF, além do vice-campeonato no Brasileiro de Jiu-Jitsu Sem Kimono no ano passado. A história de Burgareli com o Jiu-Jitsu começou apenas em 2009, quando ele já tinha 35 anos.

“Meu primeiro contato com Jiu-Jitsu foi através de um amigo com quem surfava. Ele sabia que eu sempre pratiquei esportes e gostava de lutas, então me levou para uma aula experimental na academia Ciborg Jiu-Jitsu, do professor Marcelo de Siqueira Santos, filiada à Equipe Careca Jiu-Jitsu, do mestre Dagmar. Depois do primeiro treino, em que fui finalizado por vários meninos, achei aquilo surreal. Decidi mergulhar de cabeça para aprender aquelas técnicas.”

Desde então, Burgareli nunca mais parou. “Achei que era só mais um esporte com algumas técnicas, mas quando vi a grandeza do Jiu-Jitsu e o bem que ele me fez mentalmente, percebi que queria fazer parte disso.”

Da faixa-preta ao papel de professor

Em fevereiro de 2021, Paulo César recebeu a faixa-preta de seu primeiro professor, Marcelo de Siqueira Santos, permanecendo na equipe até 2025. Pouco tempo depois, assumiu a liderança da equipe Ciborg Jiu-Jitsu em Jacareí.

“Assim que peguei a faixa-preta, comecei a dar aulas e fiquei à frente da equipe em Jacareí, onde pude ensinar meus alunos e atuar como coach nas competições. Ajudar pessoas e crianças de baixa renda, oferecendo inclusão no esporte, foi algo transformador. Hoje vejo o impacto que isso teve na vida delas”, afirma o atleta.

Experiência internacional e grandes conquistas

Burgareli tem uma trajetória de superação também nos tatames internacionais. “Em 2023, competi pela primeira vez no Mundial em Las Vegas. Perdi na primeira luta, mas saí muito feliz por estar realizando um sonho. Em 2025, lutei o Pan e fiquei em terceiro lugar na categoria, o que me motivou ainda mais a buscar novos desafios.”

Ele também conquistou resultados expressivos no Internacional Master em Los Angeles, ficando em terceiro lugar na categoria e no absoluto, e, recentemente, foi campeão do American National No Gi, além de conquistar o terceiro lugar no absoluto em Las Vegas.

Formando campeões

Como coach, Paulo César também se orgulha de ter ajudado atletas a conquistarem títulos relevantes. Entre eles, Yasmin Paff Burgareli, campeã do American Nationals e terceira colocada no Pan da IBJJF; Ricardo Feliciano Pereira, campeão do Internacional Master, campeão No Gi (categoria e absoluto) no American Nationals, além de campeão com kimono da competição; e Phillip Fitzpatrick, campeão na categoria sem kimono, vice na categoria com kimono e terceiro lugar no absoluto no American Nationals.

“Acredito que tenho me destacado como coach graças ao meu olhar estratégico e à experiência no alto rendimento. Vejo cada aluno como alguém que precisa de técnica, disciplina e confiança para evoluir. Meu papel é ajudar a construir não apenas campeões nos tatames, mas pessoas fortes e resilientes na vida”, concluiu.

Na noite desta segunda-feira (28), foi ao ar mais uma edição do Papo de Luta, ao vivo pelos canais do PVT e da Fighting Mode TV no YouTube.

Um dos destaques foi a repercussão da confirmação da revanche entre Alex Poatan e Magomed Ankalaev, marcada para o dia 4 de outubro, em Las Vegas. Marcelo Alonso e Carlão Barreto analisaram o que pode mudar em relação ao primeiro confronto e quais ajustes o brasileiro deve fazer.

Os comentaristas também destrincharam os resultados do UFC Abu Dhabi e o Super Rizin 4, eventos em que o desempenho nacional ficou abaixo do esperado.

A atração também trouxe os tradicionais pitacos MMABet, com apostas e análises detalhadas para o UFC Vegas 108.

O BJJ Stars 16, realizado neste sábado (26), em São Paulo, entrou para a história do Jiu-Jitsu ao coroar Pedro Marinho como campeão do Grand Prix absoluto No Gi. O faixa-preta da Gracie Barra mostrou frieza e técnica apurada em todas as suas lutas, vencendo adversários duríssimos para levantar o cinturão e faturar o prêmio de R$ 100 mil.

A grande final foi contra Yatan Bueno, atleta que surpreendeu ao eliminar nomes consagrados como Roberto “Cyborg” Abreu e Haisam Rida. Marinho manteve uma postura agressiva desde o início do combate, buscando quedas e controle por cima. O momento decisivo veio aos seis minutos de luta, quando encaixou uma guilhotina precisa, obrigando Yatan a bater.

Antes da final, Marinho já havia superado Devonte Johnson nas quartas de final, em uma luta equilibrada decidida na decisão dos árbitros. Na semifinal, o campeão enfrentou o explosivo Fabricio Andrey “Hokage”, também garantindo a vitória por decisão após uma disputa intensa e estratégica.

No caminho até a final, Yatan Bueno brilhou com uma vitória dominante sobre Cyborg, nas quartas, e um triunfo por 2 a 0 nos pontos sobre Haisam Rida, garantindo sua vaga na disputa do título.

Superlutas de alto nível

O BJJ Stars 16 também foi marcado por superlutas emocionantes. Entre as mulheres, Julia Alves venceu Ana Rodrigues em um duelo tático, decidido por vantagem (1 a 0). Ana foi penalizada por falta de combatividade nos segundos finais, o que deu o triunfo a Julia. Na divisão dos médios, Thalyta Silva manteve o cinturão ao derrotar a promissora Helena Crevar por 2 a 0 nos pontos, controlando bem as ações da luta.

Entre os homens, Meyram Maquiné superou Leo Souza por 2 a 0 em uma luta equilibrada. Sergio Rios finalizou Luiz Marques com um estrangulamento de gola aos 2 minutos, enquanto Pablo Oliveira garantiu a vitória por 2 a 0 sobre Mateo Ruiz, com domínio no jogo de quedas e passagem de guarda. Um dos destaques da noite foi a faixa-roxa Lívia Barasine, que raspou, passou a guarda, montou e finalizou Eduarda Muniz com um armlock aos 5 minutos e 58 segundos, em performance de alto nível.

Noite histórica para o Jiu-Jitsu

O formato do GP trouxe ainda mais dinamismo às lutas, com sete minutos de combate e pontuação válida desde o início. A mistura de nomes consagrados e jovens talentos resultou em lutas técnicas e empolgantes, que reforçam o papel do BJJ Stars como um dos maiores eventos de grappling do mundo.

Com a vitória, Pedro Marinho se consolida como um dos principais nomes da nova geração, unindo um jogo agressivo em pé, transições rápidas no chão e finalizações afiadas. A conquista do GP absoluto no BJJ Stars 16 entra para sua galeria de feitos, elevando ainda mais seu prestígio no cenário internacional do Jiu-Jitsu.

Marcello Yoshii tem dedicado sua vida ao Jiu-Jitsu, não apenas como atleta e professor, mas também como líder de uma comunidade que cresce a cada dia. Depois de sua passagem pela Brazilian Top Team (BTT) no Brasil, Yoshii se estabeleceu na Gracie Barra Encinitas, nos Estados Unidos, onde vem colhendo frutos de um trabalho focado no desenvolvimento humano e técnico de seus alunos.

“Temos diversas histórias de transformação aqui na academia”, conta Yoshii. “A Dani, por exemplo, era uma criança muito insegura e tímida. Chorava em todas as aulas no início. Depois de um ano e seis meses de Jiu-Jitsu, ela acabou de receber a faixa cinza e hoje é muito mais confiante e segura, conversando e fazendo os treinos com desenvoltura e habilidade.”

O professor destaca que essas mudanças vão além do aspecto físico. “Temos gêmeos com necessidades especiais, o Sam e o Titus, que no começo tinham dificuldades com toques e brincadeiras. Hoje, treinam e brincam com todas as outras crianças de maneira natural. Às vezes, temos 45, 50 crianças no tatame ao mesmo tempo. É incrível ver essa integração.”

Com os adultos, as transformações também são marcantes. “O Mike, por exemplo, tem 55 anos e perdeu 20 quilos após um ano de treino. Todas as taxas de colesterol, gordura e açúcar dele estão nos níveis mais baixos desde que tinha 20 e poucos anos. O Jiu-Jitsu ajuda não só na parte física, mas também no convívio social, diminuindo a solidão e estimulando uma rotina saudável. Muitas pessoas até encontram trabalho dentro dessa comunidade, como aconteceu comigo. Hoje, essa academia mudou a minha vida e a realidade da minha família.”

Experiência como árbitro

Além do trabalho como professor, Yoshii também atua como árbitro em competições, o que, segundo ele, fortalece seu papel como treinador. “Essa experiência agrega muito. Temos um time de competição infantil com mais de 25 crianças e vários competidores adultos. Por ser atleta e árbitro em atividade, consigo transmitir mais autoridade e conhecimento, tanto nas regras quanto no coaching durante as lutas. No Compnet de Oceanside, em abril, fui coach em cerca de 60 lutas dos nossos alunos.”

Quando questionado sobre o que considera mais importante na formação de um atleta, Yoshii é enfático: “Se tivesse que escolher apenas um aspecto, seria o preparo emocional, especialmente no longo prazo. Em segundo lugar, o ambiente, e em terceiro, a técnica. O sucesso só é sustentável se houver um preparo emocional excepcional.”

Para ele, um ambiente equilibrado é fundamental. “Procuro manter um clima saudável e profissional, com momentos de descontração. Isso impacta diretamente no emocional dos alunos e cria uma sinergia com os ajustes técnicos. A luta é algo intenso e arriscado. Se levarmos tudo com seriedade excessiva, cada treino vira uma competição, e isso eleva os riscos de lesões e afasta pessoas que poderiam aproveitar todos os benefícios do Jiu-Jitsu.”

Yoshii acredita que a arte suave desempenha um papel crucial na formação de caráter e resiliência. “O Jiu-Jitsu de hoje tem uma função social e emocional que vai muito além do tatame. Ver essas transformações é a maior recompensa do meu trabalho”, concluiu.