É de senso comum reconhecer que o esporte é uma grande porta de inclusão, e o Jiu-Jitsu é uma modalidade conhecida pela formação de pessoas. Pedro Cavalcante Fontes, faixa-preta formado por Everaldo Penco, viu na arte suave a possibilidade de ajudar um nicho específico: crianças de espectro autista.

No Jiu-Jitsu desde 2008, Pedro não tinha como grande objetivo viver somente da arte suave. Com planos de virar policial, o lutador fez faculdade de direito visando concretizar esse sonho. No entanto, o tatame falou mais alto e ele decidiu ficar no esporte. Por não focar em competição, o faixa-preta decidiu seguir na arte de ensinar, e foi aí que surgiu uma chance única.
Atualmente, Pedro trabalha na academia do seu mestre Everaldo Penco, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, em um projeto que tem como grande foco as crianças. E em apenas três anos de trabalho, a academia já conta com mais de 30 alunos.
“Meu trabalho ganhou relevância após ministrar aula para muitas crianças. Tive a sensibilidade e paciência de reconhecer a dificuldade de cada criança e fazer do Jiu-Jitsu uma força de inclusão social. Notei que, classes entre 20 a 30 alunos, têm grande chance de ter alunos atípicos, e foi aí que comecei a ter contato com alunos com espectro autista. No começo eu não sabia o que estava fazendo, então procurei estudar para poder ajudar no desenvolvimento e auxiliar na inclusão desses alunos”, explicou.
Como o Jiu-Jitsu transformou a sua vida, Cavalcante sabe da importância do esporte na infância e o quanto ele pode ajudar a formar o caráter de uma pessoa. Por isso, ele garante que a sua inspiração é mostrar o valor e os princípios da arte suave.
“O Jiu-Jitsu mudou a minha vida e o meu intuito hoje é transformar a vida dessas pessoas, assim como o esporte transformou a minha. A comunidade do Jiu-Jitsu estimula a criança e o adolescente a se cuidar, se portar de maneira correta, como se expressar, alavancando os bons costumes e se incluindo na sociedade”, concluiu.
Além das aulas na academia do mestre Everaldo Penco, Pedro também é voluntário da ASR (Ação Social Recreio), mais um projeto social localizado na comunidade do terreirão, no Recreio dos Bandeirantes. Com esses projetos, Pedro recebeu do Estado do Rio de Janeiro uma moção de louvor e reconhecimento pelos serviços prestados à sociedade.