O PAPO DE LUTA 62 analisou a derrota de Rafael Dos Anjos para Fiziev e a vitória de Caio Borralho no UFC do último final de semana, e projetou algumas lutas importantes do evento do próximo sábado. Além disso, Marcelo Alonso e Carlão Barreto discutiram as possibilidades dos próximos brasileiros que irão disputar títulos na organização até o final do ano: Amanda Nunes, Charles Do Bronx’s, Alex Poatan e Glover Teixeira.
Leal na vitória sobre Chris Brown, em abril de 2022 (Cooper Neill/PFL)
Leal na vitória sobre Chris Brown, em abril de 2022 (Cooper Neill/PFL)
Em janeiro de 2010, Rory MacDonald fazia sua estreia no UFC derrotando Michael Guymon em Virginia, EUA. No Brasil, Carlos Leal, que só estrearia profissionalmente no MMA em 2012. Já em 2022, ambos se encontram em chaves opostas nas semifinais do torneio do PFL. Em entrevista ao PVT, o brasileiro não se furtou de responder sobre sua preferência na final, caso passe por Sadibou Sy no dia 13 de agosto.
“Gostaria de enfrentar o MacDonald porque foi um cara que sempre assisti lutando. Posso dizer que sou fã. Sempre assisti luta dele, e vencer um cara que eu via na TV seria uma grande conquista”, disse o lutador de 28 anos.
Porém, o meio-médio sabe que terá um adversário duro pela frente, que vem de vitória sobre o próprio MacDonald, e tem a vantagem física da altura contra a maioria dos adversários da divisão, já que mede 1,90m. Porém, não é uma vantagem que chega a preocupar tanto o curitibano, de 1,80m.
“Eu e minha equipe vamos traçar a estratégia correta para vencer a altura e envergadura dele, e chegarmos na final. É um adversário muito duro, como todos que estão no GP na temporada. Mas me vejo com mais armas para vencer a luta. “, analisa o lutador da Thai Brasil.
Leal começou nos esportes de combate aos 16 anos, no muay thai. Treinava futebol como hobby, mas decidiu trocar de vez as chuteiras pelas luvas. Neste ano, foi convidado para ser reserva e se qualificou para as semifinais. O ex-campeão do LFA pretende repetir o feito de Raush Manfio, que em 2021 foi de reserva a campeão do torneio, levando 1 milhão de dólares.
Atualmente, Carlos vive só de luta, com suas aulas, bolsas e ajuda de custo recebida do empresário Lucas Lutkus. Entretanto, o prêmio milionário para o campeão mexe com a cabeça. E o lutador já imagina o que fazer com o dinheiro.
“Olha, nem sei exatamente o que vou fazer… Mas sei de uma coisa: vou dar uma vida melhor para minha família e pra quem fez parte de minha história”, afirma “The Lion”.
Glover, então campeão, encara Prochazka (Foto: UFC)
Glover, então campeão, encara Prochazka (Foto: UFC)
Em junho deste ano, Glover Teixeira perdeu o cinturão dos meio-pesados do UFC para Jiri Prochazka. E, se depender apenas da vontade do novo campeão, a revanche será imediata. Nesta segunda, em seu Instagram, o tcheco ofereceu a segunda luta para Teixeira.
“Decidi: quero enfrentar Glover na minha próxima luta. Não só porque será mais uma grande luta, mas apenas por um motivo: minha performance foi ruim na primeira luta, e vou mostrar para vocês porque sou o campeão de forma clara, decisiva. E acho que Glover merece. Então aqui está a oferta: eu vou te mostrar porque sou o campeão”, disse Prochazka em vídeo.
A primeira luta entre ambos ocorreu no UFC 275 de 11 de junho, em Cingapura. Num duelo empolgante, Jiri derrotou o então campeão Glover com um mata-leão no quinto round. Além da derrota, o veterano brasileiro lamentou ter sido finalizado quando as papeletas já dariam a vitória que o manteria campeão.
Khabib Nurmagomedov aponta Islam Makhachev como o seu sucessor. Entretanto, apesar da escola de origem, eles possuem algumas diferenças. O veterano Paulão Filho pontuou algumas na parte técnica; enquanto Leandro Vieira, que treinou os dois, revelou pontos além do octógono que fazem com o que o caminho de Makhachev seja menos árduo que o de seu antecessor.
Marcos Parrumpinha lidera um verdadeiro exército de lutadores russos e de outras nacionalidades do Leste Europeu na American Top Team. Em recente entrevista ao CONEXÃO PVT, o treinador brasileiro listou alguns nomes que ele vê chegando ao títulos em breve: no UFC, ele aposta na retomada do cinturão dos galos com Petr Yan; e nos títulos dos moscas e dos leves, com Muhammad Mokaev e Arman Tsarukyan, respectivamente; e, no Bellator, Alexander Shabliy chegando ao cinturão dos leves.
Roberto Traven relembrou toda a sua trajetória nas lutas, desde o início no jiu-jitsu, as conquistas, as rivalidades com Murilo Bustamante e Amaury Bitetti, a transição para o vale tudo, o GP que conquistou em plena Rússia após vencer três russos na mesma noite, o título absoluto do ADCC e ainda mandou um recado para aqueles que afirmam existir o “american jiu-jitsu”.
Nesta sexta-feira, 8, a PFL divulgou no Instagram que Antonio “Cara de Sapato” está fora dos playoffs das semifinais do peso meio-pesado. No lugar do atual campeão, entra Joshua Silveira, filho do renomado treinador da American Top Team, Conan Silveira. Caso vença Omari Akhmedov, o brasileiro enfrenta o vencedor do duelo entre o compatriota Delan Monte e Robert Wilkinson, na final por 1 milhão de dólares.
Joshua possui um cartel invicto com 9 vitórias, e ficou em quinto lugar na tmeporada regular, por isso foi escolhido como substituto. Cara de Sapato, Akhmedov e Silveira têm algo em comum: são atletas da ATT. Logo, as semifinais, programadas para o dia 5 de agosto, no Madison Square Garden, em Nova York, dividirá uma das maiores equipes de MMA do mundo.
Dona Belinha, no centro, ao lado do filho Rickson (Foto: Instagram)
Dona Belinha, no centro, ao lado do filho Rickson (Foto: Instagram)
Reila Gracie foi a primeira a trazer o segredo escondido a sete chaves por décadas pela família Gracie em seu livro “Carlos Gracie, o Criador de uma dinastia”, publicado em 2008. No ano passado foi a vez de Rickson abordar o assunto pela primeira vez em seu livro, “Respire, uma vida em movimento” e confirmar a história em entrevista ao jornalista Pedro Bial (no Conversa com Bial) na Rede Globo. Margarida, esposa de Helio Gracie, não podia ter filhos, então Carlos e Helio a convenceram, e a Dona Belinha, a ter três filhos com o patrão.
Dona Belinha é viva, tem mais de 90 anos e mora em Niterói, porém quer manter a privacidade não falando do assunto. Sem ela, não existiriam Rorion, criador do UFC; Rickson, considerado o maior representante da família por 30 anos e Rélson que teve papel fundamental na difusão do Jiu-Jitsu no Havaí.
(da esquerda para a direita:) Rorion, Relson e Rickson, filhos de Belinha com Helio (Foto: divulgação)
A história se tornou pública, mas nunca uma imagem da mãe biológica de Rickson, Rorion e Relson havia sido divulgada, até que na semana passada Kauan Gracie, filha de Rickson, fez uma postagem em seu instagram homenageando a avó, numa foto onde ela aparece ao lado do filho Rickson, sua esposa Kim, dela Kauan (ainda bebê) e seu irmão Rockson, com os dizeres “não esqueça suas origens, meu amigo, não esqueça sua família” e com a hashtags #GracieRoots #VóBelinha #Noapologies #TheOnesWhoMadeYou, como visto no post abaixo.
Devido a atitude de homenagear publicamente a avó, uma personagem de absoluta importância para a história das Artes Marciais, Marcelo Alonso e Carlão colocaram Kauan, ao lado de Alex Poatan, como os Cascas-Grossas da semana no programa Papo de Luta da última segunda. Veja abaixo o corte do programa:
Único lutador a trocar três rounds de porrada com Alex Poatan, Bruno Blindado revelou que Alex Poatan não é o adversário com a mão mais pesada que ele enfrentou, mas que o compatriota tem uma falsa distância e uma precisão que é fatal para os despreparados.
Após 34 minutos de guerra e muita superação, Sergio recebeu o cinturão das mãos de Coleman
Após 34 minutos de guerra e muita superação, Sergio recebeu o cinturão das mãos de Coleman – Fotos: Marcelo Alonso
Após as 5 vitórias seguidas de André “Sergipano” Muniz no UFC, o menor estado brasileiro entrou novamente “no mapa” do MMA mundial. O curioso é que André é mineiro e não tem absolutamente nenhuma relação com o estado, localizado entre Bahia e Alagoas.
O que muita gente não sabe é que muito antes de Muniz vestir seu primeiro quimono um sergipano legítimo brilhou nos ringues nacionais se consagrando como primeiro campeão peso leve deste que até hoje é considerado o evento mais violento da história, o International Vale Tudo Championship. Esta consagração ocorreu na 7º edição do evento realizada no dia 23 de agosto de 1998 na casa de Shows Floresta em São Paulo. Como Batarelli realizou na mesma noite o IVC 6, onde Wanderlei atropelou Mike Van Arsdale, Ebenezer finalizou Branden Lee Hinkle e Chuck Liddell venceu Pelé Landi, a conquista de Sérgio Melo acabou ofuscada, mas o nosso baú existe exatamente para corrigir estas injustiças.
Curiosamente Sergio Melo entrou neste IVC como zebra. Depois de vencer vários eventos de Vale-Tudo no nordeste, Sergio resolveu se mudar para o Rio de Janeiro para literalmente viver no tatame. Com a ajuda do faixa preta Mauricio Strauch e o patrocínio da Senki Kimonos, o nordestino passou a morar na academia Strauch treinando Jiu-Jitsu o dia inteiro e boxe a noite com Claudio Coelho.
Com ajuda do mestre, Sérgio conseguiu a última vaga para o torneio de oito lutadores que definiria o primeiro campeão peso leve do IVC. Desconhecido, caiu no pior lado da chave, pegando de cara o franco favorito Rafael Cordeiro (Chute Boxe), que já era tricampeão brasileiro de Muay Thai e tinha 3 vitórias no Vale Tudo. Cordeiro começou melhor, chegando a montar em sergipano, mas o raçudo nordestino conseguiu levantar, derrubando o atleta da Chute Boxe e imprimindo um pesado ground n pound. A luta voltou em pé, com ambos já bastante cansados. Sabendo do risco que corria em pé, Sérgio logo clinchou buscando a luta de solo. Mas para não cair novamente, Cordeiro segurou nas cordas e acabou desclassificado aos 11min32s de luta.
Após começar melhor Rafael Cordeiro foi desclassificado por segurar na corda na 1º luta do torneio contra Sergio Melo
Na semifinal outra pedreira, o faixa marrom de Jiu-Jitsu Claudionor Silva (Jiu-Jitsu), que havia atropelado o boxer kizongi Vita em 2min22s com socos da montada. Mais uma vez a estrela do sergipano brilhou. Melo levava nítida desvantagem, quando o paulista sentiu uma distensão na virilha e pediu a paralisação do combate a 6min32s.
Na grande final, Sergio enfrentou o representante da Luta-Livre Johnny Eduardo (Boxe Thai / Budokan), que vinha de duas convincentes vitórias por nocaute técnico sobre Vanderci Garcia (2min07s ) e Fabio Alves (3min30s).
Assim como nas duas primeiras lutas, Sérgio começou pior, foi colocado para baixo várias vezes pelo representante da Boxe Thai / Budokan, mas mostrando uma boa guarda, esperou o oponente se cansar para raspar, pegar as costas e finalizar com um mata-leão. Ao vencer a luta Sérgio foi erguido pelo mestre Strauch e recebeu o cinturão das mãos de Mark Coleman, que naquele momento era o lutador mais dominante do mundo e veio ao IVC trazer seu aluno Branden Lee Hinkle para lutar com Ebenezer. Aliás a capa da Tatame desta edição, que trazia a cobertura dos IVC´s 6 e 7, foi dada para Ebenezer e Wanderlei Silva, que nesta noite atropelou Mike Van Arsdale e acabou sendo convidado para enfrentar Vitor Belfort dali a dois meses na primeira edição do UFC no Brasil.
Curiosamente após se consagrar vencendo 3 lutas de viradas e faturando o cinturão dos leves do IVC, sergipano acabaria sendo destituído de seu título dali a 5 meses por não aceitar a lutar por 500 reais colocando seu título em jogo contra o americano Henry Matamoros na única edição do IVC realizada em sua cidade, Aracajú. Rafael Cordeiro entrou em seu lugar venceu o americano numa guerra de 30 minutos e faturou o cinturão.
Duas vezes na guerra da Ucrânia
Após esta histórica conquista no IVC, Sergio Mello chegou a lutar em mais alguns eventos nacionais até migrar para a Europa onde integrou a legião estrangeira. Depois foi para Portugal e na sequência foi para o Canadá, onde passou a treinar na Tristar Gym com GSP. “Quando percebi que só queriam me fazer de saco de pancadas e não iriam arrumar nenhuma luta por lá, decidi voltar para Portugal”, nos contou esta semana o primeiro campeão peso leve do IVC. Além de dar aulas em Lisboa, Sergipano nos contou que também participa de corridas de longa distância. “Fiz quatro de 300km e ano passado fiz uma de 1000km”. Aos 49 anos de idade o casca-grossa, viciado em adrenalina, decidiu ingressar como voluntário no exército ucraniano na guerra contra a Rússia. Nos últimos 50 dias Sergio esteve duas vezes no país de Zelensky ajudando na linha de frente do combate ao exército russo.
Após começar melhor Rafael Cordeiro foi desclassificado por segurar na corda na 1º luta do torneio contra Sergio Melo
Após começar melhor Rafael Cordeiro foi desclassificado por segurar na corda na 1º luta do torneio contra Sergio Melo
Após começar melhor Rafael Cordeiro foi desclassificado por segurar na corda na 1º luta do torneio contra Sergio Melo
Claudionor Silva se contundiu aos 6min32 e Sergipano passou a final
Na final com Johnny Eduardo, Sergipano caiu por baixo..
mas conseguiu raspar e pegar as costas do atleta da Luta Livre, finalizando com um mata-leão
mas conseguiu raspar e pegar as costas do atleta da Luta Livre, finalizando com um mata-leão
Após 34 minutos de guerra e muita superação, Sergio recebeu o cinturão das mãos de Coleman
Na mesma noite em que Sergipano ganhou o IVC 6, Chuck Liddell venceu Pelé …
Wanderlei nocauteou Mike Van Arsdale e recebeu o convite para lutar com Belfort dali a dois meses no UFC 17.5
Após sofrer com o Ground N Pound do aluno de Coleman, Ebenezer conseguiu finalizá-lo
Os mestres Rudimar (Chute Boxe) e Luiz Alves (Boxe Thai) com seus pupilos em noite de consagração do Muay Thai nacional
Wanderlei ao lado de Ebenezer na sua primeira capa (Tatame #35)
As vitórias de Wanderlei e Liddell mostradas na revista japonesa
As viradas de Sérgio Melo e Ebenezer na Kakutougi Tsushin
Liddell, Hinkle, Baterelli, Wallid e Coleman nos bastidores do show