Policial Militar, faixa-preta de Jiu-Jitsu desenvolve sistema baseado em defesa pessoal para otimizar o trabalho de profissionais da área de segurança

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O curso de formação de instrutores é voltado para policiais e também para graduados em artes marciais que atuem - ou queiram atuar - no campo da segurança privada - Foto: Ilan Pillenberg

Parte básica das artes marciais em geral, a defesa pessoal é uma ferramenta indispensável no dia a dia dos profissionais da área de segurança, seja pública ou privada. Incidentes recentes ocorridos em supermercados brasileiros escancaram a falta de preparo de muitos que estão na linha de frente da ação. Faixa-preta de Jiu-Jitsu da Gracie Barra há 16 anos, formado em Direito com pós-graduação em Direito Público e Privado, o oficial e instrutor da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro Rodrigo “Shalom” Prujansky desenvolveu um curso com a intenção de especializar tais profissionais e evitar que tragédias como a que vimos recentemente se repitam.

O curso de formação de instrutores é voltado para policiais e também para graduados em artes marciais que atuem – ou queiram atuar – no campo da segurança privada – Foto: Ilan Pillenberg

“Acredito que capacitando o maior número de pessoas possíveis, e estas, por sua vez, replicando o conhecimento adquirido, teremos uma elevação na prestação dos serviços de segurança e consequente diminuição de efeitos colaterais das ações policiais e de segurança em geral. O público-alvo do Curso de Formação de Instrutores do Sistema Shalom é voltado tanto para o policiais em geral – e aqui entendemos como todo servidor público que atue na ponta, seja ele Guarda Municipal, Policial Civil, Policial Federal, Policia Penal entre outros -, além de graduados em artes marciais que queriam expandir suas áreas de atuação, ou ainda, que atuem no campo da segurança privada”, explica o faixa-preta.

“Deixo claro que quem forma policiais sãos os Cursos de Formação de suas respectivas instituições. O que passamos são formas técnicas de atuação que preservem a vida dos agentes de segurança em observância aos ditames legais vigentes. Queremos preservar não só a vida como a liberdade destes profissionais, demonstrando que é possível atuar de maneira correta, ainda que com a utilização do uso da força permitido por lei, não incorrendo em excessos ou ilegalidades”, salienta.

Professor responsável por três unidades da Gracie Barra no Rio de Janeiro, tendo graduado mais de uma dezena de faixas-pretas,  Rodrigo “Shalom” organizou e compilou toda a sua metodologia utilizada durante anos em instruções, seminários e aulas especiais no Brasil e no exterior. O Sistema Shalom é baseado principalmente nas técnicas de defesa pessoal do Jiu-Jitsu Gracie, mas também utilizando técnicas de Judô, Krav Maga, Aikido entre outras artes marciais eficientes no combate corpo a corpo.

“Desde que conquistei a minha faixa-preta, ainda em 2004, me preocupei em seguir essa linha e nunca esquecer da defesa pessoal. Ao ingressar na Polícia Militar em 2011 pude perceber a carência existente com relação a esse assunto em todos os aspectos da minha profissão. Comecei contribuindo no Batalhão de Polícia de Choque, unidade que servi assim que me formei na Escola de Formação de Oficiais da PMERJ, instituindo treinos diários de Jiu-Jitsu e Defesa Pessoal. O tempo foi passando e fui observando que dentro da área de segurança, seja ela pública ou privada, a carência do conhecimento e das técnicas são latentes, proporcionando episódios lamentáveis como aconteceu em 2019 no Supermercado Extra, onde um jovem foi morto por um estrangulamento aplicado por um segurança, e mais recentemente no Supermercado Carrefour, onde outro jovem foi espancado até a morte”, analisa “Shalom”.

O curso é dividido em três módulos: básico, avançado e especial. Para participar, o inscrito deve ter conhecimento básico de alguma arte marcial. Confira:

“No caso do Nível I – a graduação mínima seria a faixa-azul do Jiu-Jitsu ou equivalente em outras artes marciais.  No Nível II – A graduação mínima seria a Faixa-Roxa ou equivalente em outras artes marciais.  Nível III- A graduação mínima seria a Faixa-Marrom ou equivalente em outras artes marciais. Com isso, temos o anseio de aproveitar a consciência corporal e os conhecimentos já adquiridos pelos alunos em suas práticas de artes marciais e então apresentar o sistema, nivelando para o que acreditamos ser necessário a atuação desses profissionais”, destaca o desenvolvedor do Sistema Shalom.