Faixa preta brasileiro ‘abandona’ kimono, trabalha de delivery nos EUA e ensina lições: ‘O futuro é digital’

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Brasileiro não bateu para a pandemia - Foto: Seeds 13 Jiu-Jitsu Academy

https://youtu.be/8IdJzKPJ_XU

O faixa-preta Diego Almeida, 25 anos, aprendeu com o Jiu-Jitsu que é nas maiores adversidades que reconhecemos nossa própria força. Em meio à pandemia do novo coronavírus (COVID-19), o jovem começou a trabalhar com delivery em San Angelo, no Texas. Foi a primeira opção de Diego, após ficar 20 dias em casa, para manter as finanças da sua academia Seeds 13, aberta há poucos meses.

Diego conta que seguiu todas as regras da Organização Mundial da Saúde (OMS) para preservar sua saúde e quem convive em casa com ele. O atleta adaptou a rotina para trabalhar durante quase dois meses nas entregas de alimentos enquanto cuidava da estrutura da academia e provia aulas online para seus alunos.

“Eu trabalhei durante um mês e meio como delivery para manter o meu sonho, que é a minha academia própria aqui, nos Estados Unidos, que Deus me abençoou. Eu trabalhei para sustentar minha família e meus negócios, tive que encarar o problema de frente. Eu não tive ego por trabalhar em outro ramo, que eu não escolhi, para fazer dinheiro. Muita pessoas do Jiu-Jitsu e no mundo estão paradas em casa e não fazem nada por ego. Eu posso ficar embaixo, mas eu vou subir novamente, porque Deus me dá oportunidade. Eu respeito a criação dessas lives que tem agora, mas isso, para mim, não vai me dar dinheiro. Eu não quero popularidade, eu quero seguir o que Deus tem para minha vida”, explica Diego.

O trabalho gerou conhecimento sobre negócios, atendimento ao cliente e como grandes empresas de alimentação gerem sua comunicação. A seguir, Diego detalhe as lições que absorveu ao lidar como líderes reagem diante de uma crise.

“Foi incrível ver como a mente de grandes empresários trabalham durante uma crise, como eles reagem, como eles pensam para dar a volta por cima. Esse tempo em casa foi um divisor de águas na minha vida, eu sou outra pessoa hoje. Fui capaz de ter novos hábitos como ler diariamente, todo dia eu separo 10 minutos de leitura, por exemplo. Em vez de gastar dinheiro, eu consigo juntar. Também foi possível cuidar da minha saúde ao me alimentar bem, eu já perdi mais de 6kg. Então, quando a vida voltar ao normal eu vou ser outra pessoa, vou estar mais inteligente e vou oferecer um serviço melhor para os meus alunos, que se preocuparam muito comigo durante essa fase que estamos vivendo no mundo todo”, detalha o representante da Double Five.

Por fim, Diego conta, ainda surpreso, que a tática do McDonalds para vender sanduíches é algo fora do normal. O marketing que esta empresa usa ataca diretamente a mente do consumidor. Bom, ele mesmo explica.

“A estrutura é algo primordial, eles são organizados em detalhes. A comida nem é tão boa, nem é saudável, mas o marketing que eles fazem mexe com o psicológico do cliente. Por exemplo, eles colocam a comida numa sacola reciclável e lacravam a sacola com uma adesivo que dizia: isso foi lacrado com um grande sorriso, além de escrever obrigado a mão. Quando eu ia em empresas locais, era como se eu tivesse fazendo favor a eles por falta de estrutura e conhecimento. Claro, não eram todos, mas boa parte era assim. Sempre tinha pedido errado, eram desorganizados. A empresas maiores têm mais organização e mais pessoas qualificadas para este tipo de trabalho. O dono do McDonalds não trabalha na empresa, ele tem pessoas treinadas para oferecer um serviço excelente. A lição que fica é para procurar se qualificar em todos os termos. A gente viu que a rede social cresceu bastante, mas a galera ainda não fala como qualificar uma empresa, como vende melhor. O produto online é a nova geração para o Jiu-Jitsu. O futuro é todo online”, projeta.