Quemuel (esq.) e Suavecito disputam o título dos meio-médios do Jungle Fight (Arte: Winicius Tarik)
O Jungle Fight 107, marcado para o próximo domingo, 1º de maio, na capital paulista, coloca em disputa o cinturão meio-médio da organização. Os postulantes são dois verdadeiros guerreiros da selva: Quemuel Ottoni e o americano José “Suavecito” Diaz.
Quemuel (esq.) e Suavecito disputam o título dos meio-médios do Jungle Fight (Arte: Winicius Tarik)
Juntos, eles fizeram 12 lutas no cage do maior evento de MMA da América Latina. O retrospecto é semelhante. São cinco vitórias e duas derrotas para cada lado. Curiosamente, ambos reveses foram em disputa de cinturão.
Outro fator em comum é que todas as vitórias de Quemuel e “Suavecito” foram por via rápida. A diferença é que o brasileiro venceu a maioria por nocaute e o americano, por finalização. Ou seja, a expectativa é que ambos entrem para definir.
“Não é novidade para ninguém que eu sempre entro para nocautear, e contra o ‘Suavecito’ não vai ser diferente. Eu vou desligar o disjuntor da cabeça dele”, promete Quemuel Ottoni, que das 11 vitórias da carreira nocauteou em 7 delas (64% das vezes).
“Acredito realmente que a minha vitória será avassaladora. Vai ser de uma forma que me coloque bem perto de lutar no Contender Series ou até mesmo assinar um contrato direto com o UFC”, projeta o brasileiro.
Uma das vitórias de Quemuel no Jungle Fight ficou marcada. A vítima foi ninguém menos que Alex Poatan, que hoje é um dos principais nomes da divisão dos médios do UFC. Naquela ocasião, o atleta da Komodo finalizou com um mata-leão.
Quemuel não é o único Ottoni que poderá sair como campeão do Jungle Fight no próximo domingo. Sua irmã, Kelly, disputa o título dos dos pesos-galos contra Yana Gadelha na luta que antecede a disputa dos meio-médios.
“Fico mais tenso na luta dos meus irmãos, porque de fora a gente não pode fazer nada. Quando é a minha vez, estou tranquilo”, admite Quemuel.
O Brasil todo poderá assistir ao Jungle Fight 107 ao vivo nos canais SporTV 2, Combate, TV A Crítica, Jovem Pan Esportes, Jovem Pan News e no aplicativo Pan Flix.
A primeira luta está prevista para ter início às 18h, horário de Brasília. Fique ligado nas redes sociais do Jungle Fight para outras informações relacionadas ao evento.
Confira abaixo o card (sujeito a alterações):
Jungle Fight 107
São Paulo, SP
Domingo, 1º de maio de 2022
77kg: José “Suavecito” Diaz x Quemuel Ottoni – Cinturão dos meio-médios
61kg feminino: Yana Gadelha x Kelly Ottoni – Cinturão dos pesos-galos
61kg: Deberson “The Prince” Batista x Alexsandro Cangaty
70kg: John “Snake” x Lucas Barros Coelho de Oliveira
66kg: Tiago Terra Nova x Márcio dos Santos Barbosa
61kg: Marral Kálaga “Vito” Negreiros x João “The Future” Carvalho
77kg: Neemias Araújo Santana x Lucas Rafael Ferraz dos Santos
61kg: Edson Lourenço x Vinicius Augusto Pires
77kg: Marcos Zinhani x Lucas Campos
57kg: Matheus da Silva Severino x Douglas “Puro Osso”
66kg: Diogo “Pink” x Manoel “Maranhão”
61kg: Jean Felipe Souza x Paulo Paixão
66kg: Samuel Cassimiro da Silva Filho x João Victor “Gladiador”
Ainda sem previsão para voltar ao octógono, Paulo Borrachinha admite que, no pior dos casos – e isso quer dizer caso não seja escalado para enfrentar um dos top 10 -, aceita enfrentar o ex-campeão Luke Rockhold. A justificativa, para o brasileiro, é o fato do confronto ser um atrativo para o público.
Maurício Shogun volta ao octógono no próximo dia 7 para fazer a revanche contra Ovince St-Preux, para quem foi nocauteado em apenas 34 segundos em 2014. Um dos mentores do ex-campeão do Pride e do UFC, Rafael Cordeiro analisou o combate, falou da preparação do veterano e disse que não acredita que ele irá se aposentar este ano, conforme vem sendo especulado.
O PAPO DE LUTA #51 teve como tema as vitórias de Cris Cyborg no Bellator, Jessica Andrade no UFC, e Cara de Sapato e Raush Manfio na PFL. A derrota polêmica de Juliana Velasquez para Liz Carmouche no Bellator também foi assunto. Carlão Barreto e Marcelo Alonso falaram sobre o UFC do próximo final de semana no PITACOS DO CARLÃO e também das lutas da PFL. Assuntos como o encontro entre Francis Ngannou e Tyson Fury e o convite de Gilbert Durinho para uma luta contra Dustin Poirier nos meio-médios também foram comentados.
Jansey venceu na luta principal da noite (Foto: João Loureiro)
Após shows em Natal e Curitiba, o Brazilian Fighting Series fechou a sua série de três eventos em menos de um mês nesse domingo, com a sua 9ª edição, realizada no Rio de Janeiro. Na luta principal, Jansey Jones, que vinha de derrota no Dana White’s Contender Series, se recuperou ao vencer Márcio Cabral por decisão unânime.
Jansey venceu na luta principal da noite (Foto: João Loureiro)
“Muito bom viver esse momento. Já vivi os dois lados desse jogo e você precisa de resiliência e sabedoria para extrair o melhor disso. Fiz um excelente trabalho e estou feliz pelo o que venho construindo. Foi só mais um passo em busca do melhor que eu puder ser”, vibrou Jansey, que agora anota oito vitórias e duas derrotas no cartel.
Mas o principal destaque da noite foi Rudson Caliocane, que venceu Wesley Targino com um triângulo de mão ainda no primeiro round na luta que marcou o seu retorno aos cages quase três anos depois de sofrer um AVC isquêmico enquanto lutava. O ex-campeão do Titan FC agora tem oito vitórias e duas derrotas em seu cartel.
Na luta que abriu a noite, Miguel Porto mandou Lucas Sales para a lona de forma brutal através de joelhadas impiedosas. Samuel Marcos finalizou Ricardo Rocha com um mata-leão no primeiro assalto; enquanto Lucas Nascimento obrigou Charles Anselmo a dar os três tapinhas com uma guilhotina também no round inicial.
Confira abaixo os resultados completos do evento:
Brazilian FS 9
Rio de Janeiro, RJ
24 de abril de 2022
Jansey Jones venceu Márcio Cabral por decisão unânime
Ronaldo Ferreira venceu Matheus Malta por decisão unânime
Samuel Marcos finalizou Ricardo Rocha com um mata-leão a 1:39 do R1
Lucas Nascimento finalizou Charles Anselmo com uma guilhotina aos 4:58 do R1
Rudson Caliocane finalizou Wesley Targino com um triângulo de mão aos 1:48 do R1
Patrick Quadros venceu Rodrigo Carlos por decisão unânime
Miguel Porto nocauteou Lucas Sales aos 4:10 do R1
Gilbert Durinho relembrou momentos de sua guerra de três rounds contra Khamzat Chimaev, incluindo o tiro de meta que ele quase acertou e da despertada que o corner do russo precisou dar em seu atleta em um dos intervalos.
Patrício Pitbull contou em entrevista no CONEXÃO PVT como o controle de distância foi importante para ele neutralizar os 21 cm de diferença entre a sua envergadura e a de A.J. McKee. O campeão dos penas também destrinchou, round a round, a pontuação do combate.
Gilbert Durinho participou do CONEXÃO PVT nesta quarta-feira ao lado de sua psicóloga, Luciana Castelo Branco, que o acompanha há quase sete anos. Eles deram detalhes de como a psicologia auxilia na preparação de um lutador. Além disso, Durinho falou sobre a recente guerra contra Chimaev e do quanto o preparo mental foi importante no combate. O lutador também disse que espera uma revanche entre eles no futuro e que o UFC já propôs a renovação do contrato e uma “grande luta”, ainda sem previsão de adversário.
Flávio Álvaro conseguiu no Rio Heroes remuneração equiparável a de eventos do exterior
No baú desta edição relembro a experiência de cobrir a 12º edição do Vale-Tudo Rio Heroes. Organizado pelo faixa preta de Rickson Gracie, Jorge Pereira entre 2007 e 2009 num estúdio em Osasco, este polêmico torneio sem regras, sem tempo e sem luvas era transmitido ao vivo pela internet para todo o mundo.
Para vencer o lutador tinha que derrotar três oponentes na mesma noite. Como os campeões ganhavam salários mensais de até RS 8mil e o valor médio das bolsas estava bem acima da média nacional, o torneio, apesar de toda a resistência da mídia especializada, conseguiu existir por quase três anos.
Flávio Álvaro conseguiu no Rio Heroes remuneração equiparável a de eventos do exterior
Texto e fotos por Marcelo Alonso
Quem nunca viu o filme Clube da Luta protagonizado por Brad Pitt ? o filme mostrava um clube onde qualquer um poderia entrar e lutar por dinheiro, como em rinhas de galo.
A idéia do filme e um vídeo do youtube acabaram inspirando o faixa preta de Jiu-Jitsu brasileiro Jorge Pereira, que mora em Miami há 26 anos, a se associar a um empresário local e criar em 2007 o Rio Heroes. “Tudo começou quando vimos alguns vídeos produzidos por três garotos que pagavam duzentos dólares pra rapazes brigarem na rua. Eles botaram o video no youtube e conseguiram ganhar um milhão com isso, infelizmente acabaram presos”, contava Pereira afirmando, no entanto, que sua maior fonte de inspiração eram mesmo os mestres Carlson e Hélio Gracie. “Eles lutaram muitas vezes no chão de quadras de futebol, isso é o verdadeiro “Vale-Tudo. O excesso de regras transformou o Vale-Tudo em algo irreal, um show de Hollywood. O Rio Heroes está resgatando as origens do verdadeiro Vale-Tudo”, costumava contar o faixa preta de Rickson Gracie, que em suas 11 lutas de Vale-Tudo enfrentou nomes como Ebenezer Fontes Braga, Pelé Landi e Matt Hughes.
Para justificar a não utilização de luvas no evento Jorge costumava relembrar de sua derrota para Matt Hughes. “Já foi provado cientificamente que lutas sem luva são menos prejudiciais ao atleta. Simplesmente porque a principal função da luva é proteger a mão do lutador. Entretanto, oferece muito mais dano ao cérebro e rosto. Eu tenho mais de 100 lutas de rua na minha carreira e nunca me senti como me senti após a luta com Hughes. Eu me lembro que desmaiei três vezes na semana seguinte. Sem dúvida a luta sem luvas é mais segura para os atletas”.
Jorge também acreditava que sem rounds as lutas do Rio Heroes acabariam sendo menos violentas que as de MMA. “Nossas lutas não têm limite de tempo, porque por outro lado o atleta volta novo para o segundo round. Aqui não, o cara não quer quebrar a mão, o máximo que a luta durou nas últimas 12 edições foi 39 minutos”, esclarecia Pereira, que no entanto, fez questão de dividir seu torneio em quatro categorias de peso: até 68kg, até 77kg, até 87kg e acima de 87kg.
Regras de honra
No Rio Heroes, além de promotor do evento, Jorge Pereira fazia também a função de juiz. “A única regra que seguimos aqui são as “regras de honra”: “Eles não podem atacar os olhos, genitálias e nem morder”.
Uma outra função curiosa do juiz-promotor era incentivar os combatentes durante a luta gritando, por exemplo, que o atleta que estivesse por cima acertasse cabeçadas e cotoveladas no que estava em baixo e comemorando a vitória de cada vencedor como se fosse um parceiro de equipe”.
Num momento em que o MMA começava a ser aceito pela grande mídia, obviamente o Rio Heroes sofreu enorme resistência de Federações de MMA, da mídia especializada, que não noticiava o evento e também da grande maioria dos lutadores profissionais de MMA, como Vítor Belfort, que chegou a fazer uma campanha contra o evento de Jorge Pereira. “Agora que o MMA no Brasil está começando a ser reconhecido pela mídia como um esporte este cara frustrado vem e faz esta merda. Eu acho que isso é caso para a polícia brasileira, este tipo de evento não pode ser permitido”, disse Belfort num programa de TV em 2007. Mais tarde, Jorge respondeu na Internet. “Eu não sou um lutador frustrado e a maior prova disso é que eu sempre defendi o nome do meu mestre Rickson em muitas competições de Jiu-Jitsu e MMA e nunca envergonhei ele como Vitor envergonhou o mestre Carlson”.
Os Reis do Rio Heroes
Pagando muito mais aos atletas que muitos outros eventos de MMA nacionais, o Rio Heroes acabou atraindo lutadores de bom nível como Pedro “Mano de Pedra” Manuel (aluno de Alexandre Pequeno) e Flávio Álvaro (aluno de Jorge Macaco), que ganharam diversas edições e passaram a ser considerados os reis do evento.
Jorge Pereira conta orgulhoso que o confronto dos dois ícones do evento na 8º edição do evento chegou a ser assistida por 324 mil pessoas em quatro dias.
Por conta da veiculação de suas imagens ao evento, Pedro e Flávio passaram a sofrer boicote. “Promotores de outros de eventos não estão mais me aceitando, os caras precisam entender que eu vivo numa favela e tenho que ajudar toda a minha família. O Rio Heroes é uma grande oportunidade para ganhar dinheiro e Eu não posso dizer não”, explicou Álvaro, apoiado por seu mestre Jorge Patino Macaco. “Nós temos muitos lutadores no Brasil e poucos eventos para eles trabalharem. Como posso impedir que um cara como Flavio Alvaro de disputar um prêmio de US 3800 onde ele é franco favorito”, perguntava Macaco.
Dividindo sua rotina entre os treinos de Luta-Livre na academia de Alexandre Pequeno e o trabalho de garçom, Pedro Manuel dos Santos, estava passando pela mesma situação. Com 24 lutas de MMA na carreira, sendo 20 vitórias, Manuel ganhou mais de US 11 mil nas três edições do Rio Heroes que participou. “O Rio Heroes mudou completamente a minha vida. Com este salário do Rio Heroes, eu vou poder realizar meu grande sonho de parar de trabalhar como o garçom e me dedicar 100% para os treinos”, disse Manuel.
RINHAS DE GALO E TOURADAS NO CARDÁPIO
O Rio Heroes foi produzido quinzenalmente entre março de 2007 e Janeiro de 2008 e transmitido pela Internet pela companhia americana Tough Sports Live (toughsportslive.com). Além das lutas de Vale-Tudo, o canal também oferecia em seus pacotes brigas-de-galo e touradas.
Em 2009 a polícia brasileira fechou o estúdio onde o Rio Heroes era produzido em Osasco. Desde então não se tem notícia de eventos oficiais desta natureza. Mas de acordo com informações de bastidores Clubes da Luta continuam a existir em cidades do interior tanto no Brasil, quanto nos Estados Unidos.
Manuel usa cabeçadas para abrir um grande corte no rosto de Rafael Motta na 1º luta do Rio Heroes 12
Manuel monta em Egídio na final do torneio
Após vencer Egidio Amaro na final da 12ª edição do Rio Heroes, Pedro Manoel completou sua sétima vitória no evento
Coisas do Rio Heroes: O juiz Jorge Pereira comemora a vitória do campeão Pedro Manuel sobre Egidio
Manuel venceu três oponentes em quase 15 minutos de Vale-Tudo e faturou RS 8 mil
Vista externa do local onde era realizado o evento
Jorge Pereira com Flávio Álvaro, que fez 11 lutas no Rio Heroes e conquistou dois cinturões
Após ser derrotado por Flávio Álvaro, Egidio foi convidado a voltar na final, já que Flávio quebrou a mão lutando contra ele e não pôde voltar para a final
Rafael Motta, vitima das cabeçadas de Pedro Manuel na primeira luta
no Rio Heroes a Ring girl só anunciava o início da luta, pois não havia rounds
no Rio Heroes a Ring girl só anunciava o início da luta, pois não havia rounds
O campeão com as ring girls do evento
Flávio Álvaro conseguiu no Rio Heroes remuneração equiparável a de eventos do exterior
Flávio Álvaro resistiu a esta kimura e venceu Egídio com socos na semifinal
Mesmo com a mão quebrada Flávio Álvaro entrou no torneio e venceu duas lutas, mas optou por não lutar a final
Imagem da jaula
Manuel recebe o 2º cinturão de campeão e comemora com os produtores Jason e Jorge
Rio Heroes na revista espanhola Cinturon Negro
o evento de Jorge Pereira na revista japonesa Kakutougi Tsushin
Paulo Borrachinha disse não haver problema caso Alex Poatan seja alçado para a disputa de cinturão em caso de vitória sobre Sean Strickland. Para o mineiro, uma hora todo mundo vai ter uma chance e, para o compatriota, quanto antes ele enfrentar Israel Adesanya, melhor. Assista ao vídeo e entenda.