Pai pela primeira vez, Lucas Pinheiro comemora penta do American National e mira Pan e Mundial No Gi de Jiu-Jitsu

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Manauara competiu, arbitrou e voltou as pressas para acompanhar o nascimento de sua primeira filha
– Foto: Nat Chittamai

Lucas Pinheiro teve pouco tempo para comemorar o quinto título conquistado no American National, que aconteceu há duas semanas em Las Vegas. Isso porque o faixa-preta de Jiu-Jitsu da equipe Atos teve algo muito mais especial para celebrar: o nascimento de Letícia, sua primeira filha. Nos últimos meses o faixa-preta de Jiu-Jitsu já vinha se preparando para a chegada da sua primogênita, mas ele ainda teve que lidar com os problemas de saúde do seu antigo chefe na academia onde trabalhava, o que o deixou com pouco tempo para os treinos. Ainda assim, ele conseguiu vencer o American National sem kimono e ficou com a prata na disputa com kimono.

“Eu decidi lutar três dias antes das inscrições fecharem. Eu estava sem treinar há mais de um mês, pois meu chefe da época estava com problemas de saúde e tive que substituí-lo nas aulas da academia. Então, tive mais ou menos uns cinco dias para treinar antes de lutar em Vegas. Apesar disso, acho que lutei bem. Na primeira luta do No Gi finalizei meu adversário em menos de um minuto com uma chave de pé, e a final ganhei nos pontos. De kimono a luta foi bem disputada e eu perdi por um erro de arbitragem. Um dos árbitros tentou corrigir o erro de pontuação, mas o outro não concordou na hora porque não viu de um bom ângulo. Depois ele me pediu desculpas porque foi avisado do erro. Como árbitro, eu sei que isso acontece e não me importo com a medalha, pois estou satisfeito com a minha performance e também por poder voltar a competir”, explicou Lucas.

Além da adrenalina da competição, Lucas também atuou como arbitro do American National. No meio disso tudo, ele recebeu uma ligação de sua esposa avisando que a bolsa havia rompido e que sua filha estava para nascer.

“Arbitrar e lutar é sempre mais difícil do que só lutar. Você fica bem mais cansado. Mas gosto de arbitrar porque sempre me atualizo em relação as regras novas, o que me ajuda muito como atleta. E ainda tem um dinheiro extra que ajuda com a viagem e outras despesas. Por isso, sempre que eu posso, trabalho como árbitro. Mas dessa vez algo inusitado aconteceu. A minha esposa me ligou no sábado dizendo que a bolsa tinha estourado duas semanas antes do previsto para a minha filha nascer. Ainda arbitrei algumas lutas e fiz de tudo para voltar para Dallas correndo e ver a minha filha nascer. Eu queria muito estar presente no parto, e graças a Deus ela esperou. Consegui ver a minha filha nascer”, se emocionou Lucas.

O nascimento da filha é uma motivação extra para Lucas, que agora está focado em retomar a rotina de competições. O manauara, que está radicado no Texas, também mudou de emprego, e hoje é professor da filial da Atos no Texas, o que o deixará com mais tempo para treinar, viajar e competir. Com isso, ele já está de olho no Pan-Americano e no Mundial No Gi.

“Estou vivendo um momento de muitas mudanças. Muitas pessoas ainda pensam que a minha ausência do Mundial e de outros campeonatos tem a ver com o nascimento da minha filha. Mas não foi só isso. Só esse mês, além da chegada dela, eu mudei de casa e de trabalho. Agora sou professor da 360 Jiu-Jitsu, que também é a Atos Jiu-Jitsu de Grand Paire Texas, cidade próxima a Dallas. Minha rotina mudou muito devido à troca de trabalho, mas agora terei mais tempo para treinar e flexibilidade para viajar e competir. Apesar de querer passar mais tempo com a minha filha, também quero aproveitar os próximos meses que a minha sogra estará aqui para poder treinar para o Pan e para o Mundial No Gi, que são os meus maiores focos daqui para o final do ano”, concluiu.