O LFA 159 consagrou Rodolfo “Trator” Bellato como campeão interino dos meio-pesados. O título veio após vitória por decisão unânime sobre Acácio “Pequeno” na luta principal do evento realizado neste sábado (27), no CIDE Casa Branca, em Caraguatatuba-SP.

Rodolfo “Trator” dominou a maior parte do combate, tanto que os três juízes marcaram 49 a 48 a favor do novo campeão. Além de garantir o cinturão do LFA, o triunfo serviu para o paulista mostrar que tem armas para lutas mais longas, já que antes desta só tinha ido no máximo ao segundo round.
Aos 27 anos de idade, “Trator” agora possui um cartel de 10 vitórias e apenas dois reveses. Com o cinturão do LFA, ele se coloca entre os principais prospectos da divisão dos meio-pesados do mundo, entrando no radar dos maiores palcos do MMA no planeta.
O card do LFA 159 foi bastante movimentado. Das 11 lutas realizadas, apenas três foram para a decisão. A maioria, cinco no total, foi definida por finalização. Outras três terminaram em nocaute. Nada menos que sete combates foram definidos ainda no primeiro round.
Destaques para Anderson Buzika, Geraldo Luan Santana, Vinicius Pires, Hugo Cunha, Marcos Tailandês, Juan Pablo Vieira e Aieza Bertoldo, que precisaram de apenas um round para vencer suas lutas. Levi Rodrigues venceu no segundo. Lucas Rocha e Isaías Simões, levaram a melhor na decisão.
Confira abaixo os resultados do evento:
LFA 159
Cide Casa Branca, Caraguatatuba, SP
27 de maio de 2023
Rodolfo Bellato venceu Acácio Dos Santos por decisão unânime
Anderson Ferreira venceu Junior Luiz por nocaute técnico a 1min31s do R1
Geraldo Luan Santana finalizou Argemiro Delmandes com um mata-leão aos 3min18s do R1
Lucas Rocha venceu Matheus da Silva Severino por decisão unânime
Vinicius Pires finalizou Kauã Fernandes com um mata-leão aos 3min46s do R1
Hugo Cunha venceu Fernando Batista por nocaute técnico 2min52s do R1
Marcos Degli finalizou Hugo Paiva com um mata-leão aos 4min16s
Isaías Simões venceu João Paulo Santos por decisão unânime
Juan Pablo Vieira finalizou Manuel Robson Minoto com um mata-leão aos 4min55s do R1
Levi Rodrigues venceu José Carlos Lima por nocaute técnico a 1min28s do R1
Aieza Bertolso finalizou Rafaela Silva com um armlock aos 4min02s do R1















Em 1955, Pelé ainda não tinha trazido o primeiro caneco para o Brasil. E pior que isso. Nossa torcida ainda se recuperava do trauma do “Maracanazo”. Nesta realidade quem tinha status de herói era Hélio Gracie, que mesmo tendo perdido para o japonês Kimura (30kg mais pesado) numa luta de Jiu-Jitsu, já havia vencido muitos desafios de Vale-Tudo nos anos 30 e 40, passando a ser o queridinho da mídia.
Consultado por Waldemar, Hélio não quis permitir que o aluno lutasse no evento e ameaçou expulsá-lo. Waldemar ainda tentou convencê-lo que a luta seria para valer, explicando que precisava muito de dinheiro, mas Hélio deixou claro que o expulsaria caso aceitasse o desafio. Sem nenhuma perspectiva de fazer parte da equipe A que representava a academia Gracie na época, Waldemar acabou lutando. De fato foi uma luta pra valer e Santana venceu fácil, mas o mestre não quis conversa e o expulsou. O episódio geraria uma enorme celeuma na época com o jornalista da “Ultima Hora” Carlos Renato, criando a narrativa de que o aluno humilhado deveria responder ao mestre nos ringues.
O nocaute brutal sofrido por Hélio Gracie geraria um interesse imediato numa resposta da família, desta vez representada por Carlson Gracie. Carlson vingaria o tio Hélio numa luta de Vale-Tudo que lotou o Maracanãzinho em 1956. Mas mesmo após de ser derrotado pelo Gracie, Waldemar continuaria com seu status de grande ícone esportivo. Além de Carlson Gracie, com quem Waldemar lutou em cinco oportunidades (1 vitoria para o Gracie e 4 empates), o Leopardo Negro lutaria diversas vezes com outros grandes ícones de sua geração, como Ivan Gomes, Euclides Pereira e até mesmo com o japonês Masahiko Kimura, a quem enfrentou em Salvador nas regras do Vale-Tudo. O próprio Kimura narrou esta luta em sua biografia, reconhecendo que levou uma surra do baiano e a luta só foi declarada empate porque ele conseguiu chegar até o final.
Em 2022 a luta mais longa da história recebeu uma homenagem do poder publico através do projeto Negro Muro, que viabilizou uma bela pintura do artista Cazé em um muro localizado bem a frente da ACM, onde Hélio e Waldemar lutaram em 1955. Na cerimônia de inauguração, além da filha de Waldemar, Waldimara, estava presente João Alberto Barreto. Aluno mais fiel de Hélio Gracie e parceiro de treinos de Waldemar Santana. Carlson Gracie também recebeu uma homenagem em agosto de 2019, quando foi inaugurada uma estátua sua em tamanho natural, na saída do metrô de Copacabana, a poucos metros da academia onde formou tantos campeões. A comunidade da luta agora aguarda ansiosa a aprovação do projeto que prevê uma estátua dos criadores da dinastia Gracie, os irmãos Carlos e Hélio, juntos.





