Parrumpinha foi o convidado do primeiro CONEXÃO PVT de 2024. O treinador da ATT falou dos resultados da equipe em 2023, revelou o objetivo de ter Pantoja defendendo seu cinturão no UFC Rio dia 4 de maio, apontou como vê Sheetara conquistando o cinturão no UFC 297 e confirmou que Tsarukyan deve mesmo lutar com Charles do Bronx. O faixa preta de Carlson Gracie também falou da amizade com o homem forte da nova agência antidoping do UFC, seu aluno George Piro, e deu sua explicação sobre as razões por não estar disputando o título de treinador do ano, mesmo tendo chegado bem próximo a tríplice coroa (fazendo campeão no UFC, PFL e Bellator).
Seleção brasileira de boxe volta aos treinos com calendário de 2024 definido
A equipe olímpica de boxe do Brasil voltou aos treinos nesta semana já com o calendário definido para a temporada 2024. No momento, o país conta com nove atletas já classificados para os Jogos de Paris-2024.

São eles Caroline Almeida (50kg) Tatiana Chagas (54kg), Jucielen Romeu (57kg), Beatriz Ferreira (60kg) e Barbara Santos (66kg); Michael Trindade (51kg), Wanderley Pereira (80kg), Keno Machado (92kg) e Abner Teixeira (+92kg).
Outros quatro, Wanderson Oliveira (71kg), Luiz Oliveira (57kg), Yuri Reis (63,kg) e Viviane Pereira (75kg), vão precisar conquistar a vaga em um dos dois Pré-Olímpicos marcados para acontecer este ano.
Com exceção de Bia Ferreira, que encerrou seu ano mais tarde por causa da luta profissional que realizou em dezembro, todos os outros atletas já começaram a pegar pesado nos treinamentos nesta semana. A bicampeã mundial e vice-campeã olímpica se junta aos companheiros na próxima segunda-feira, dia 8 de janeiro.
Depois disso, no dia 11, a equipe olímpica do Brasil segue para sua primeira viagem de preparação para o ano de 2024. Os titulares vão para a Colômbia, onde permanecem até o dia 24. A volta para casa será curta e rápida. Mal vai dar tempo de desfazer as malas porque os 13 titulares já seguem no dia 27 de janeiro para a Alemanha para fazer a segunda base de treinamento até a primeira semana de fevereiro.
De lá, a equipe segue para a Itália, onde todos ficam juntos até o dia 28 de fevereiro. Neste momento, quem já está classificado para os Jogos Olímpicos volta para casa, enquanto Wanderson Oliveira, Luiz Oliveira, Yuri Reis e Viviane Pereira seguem para Busto Arsizio, onde acontecerá até o dia 10 de março o primeiro Pré-Olímpico, que classificará os quatro primeiros de cada categoria para Paris-2024.
Apesar de não estarem envolvidos no Pré-Olímpico, os nove já classificados para os Jogos não terão descanso. A comissão técnica estuda para a segunda quinzena de março uma nova fase de treinamento na Europa ou mesmo a disputa de um torneio.
No mês de abril, entre os dias 14 e 21, a equipe olímpica de boxe do Brasil já tem presença confirmada no International Invitational, torneio organizado pela World Boxing, em Pueblo, no Colorado, Estados Unidos. Em maio, entre os dias 17 e 21, o destino dos pugilistas brasileiros será a Eidhoven Cup, na Holanda.
Entre 23 de maio e 13 de junho, os atletas que ainda não tiverem conquistado a classificação para Paris-2024 terão sua última oportunidade no Torneio Pré-Olímpico que será disputado na Tailândia e que vai distribuir as vagas derradeiras para os Jogos.
Depois disso, entre os dias 16 e 20 de junho, a CBBoxe vai organizar o Grand Prix Brasil em São Paulo, uma competição interna que vai servir de despedida para os atletas que vão representar o país nos Jogos Olímpicos. Entre 10 e 22 de julho acontecerá a última fase de treinamento, em Rio Maior, Portugal e no dia 23 de julho a equipe olímpica viaja para Paris para buscar bater o recorde de três medalhas conquistadas em Tóquio-2020.
Equipe Almeida JJ se prepara para mais uma temporada
A equipe paulista Almeida JJ dá início a mais uma temporada no Jiu-Jitsu. Com ótimos resultados nos últimos anos e tendo formado diversos campeões, a expectativa é o que o time siga em alta em 2024 enquanto se prepara para disputar o Campeonato Brasileiro da CBJJ, pela primeira vez sem representar a Atos em parceria.

Líder da Almeida JJ – Casa Verde e um dos responsáveis pela equipe, Gustavo Almeida falou sobre o projeto que começou lá atrás, há 11 anos, e como eles vêm colhendo os frutos após muito trabalho, organização e dedicação.
“Há 8 anos somos a maior equipe de São Paulo pela FPJJ (Federação Paulista de Jiu-Jitsu), às vezes ficando em segundo no kids, mas geralmente em todas campeã no adulto e master. A gente já vinha desenvolvendo um grande trabalho representando a Ryan Gracie, sendo uma das principais equipes do estado por 3 anos, e seguimos no topo ao fundarmos a Almeida JJ”, disse Gustavo, que completou:
“Criamos uma cultura em torno do Campeonato Paulista de Jiu-Jitsu e isso ajudou no desenvolvimento do time. Para cumprir as carências de troca de faixa e comprovação de tempo, orientamos nossos alunos para que sejam filiados e isso facilita o aluno a competir, principalmente se ele está em uma boa sequência de treinos. E na Almeida JJ, todo aluno está em uma boa sequência graças ao nosso ótimo sistema de ensino e avaliação, que tem sido o diferencial para o nosso crescimento e boa sequência”.
Com geralmente muitos dos atletas profissionais da equipe – especialmente no adulto faixa-preta – fora do Brasil durante o Campeonato Paulista, cabe aos alunos, que às vezes levam o Jiu-Jitsu mais como hobby, representar o time na competição. O resultado? Mais medalhas, a comprovação da qualidade do sistema de ensino/avaliação da Almeida JJ e orgulho para Gustavo.
Sobre o processo de formação até a elite do Jiu-Jitsu, o líder destacou alguns aspectos importantes fora do tatame: “Temos um compromisso em formar bons faixas-preta, que sejam bons atletas e boas pessoas, prezando também pela valorização de princípios como respeito ao próximo, honestidade, lealdade, disciplina e ética. A gente cobra muito isso dos alunos. Temos um senso de grupo muito grande, de pertencimento. Viver segundo esses princípios ajuda a nos colocarmos num patamar diferente das outras equipes”, encerrou.
Chinzo explica a tradição da urinoterapia na família Machida
Convidado recente do RESENHA PVT, Chinzo Machida falou sobre a tradição da urinoterapia na família e revelou que ele e os irmãos eram obrigados a pelo menos experimentar o método; seguí-lo, ficava a cargo de cada um. Ele também revelou que o pai adota o tratamento até hoje.
Duelo de ex-campeões: Deiveson Figueiredo aceita desafio de Garbrandt e o convoca para lutar no Brasil
Após o impressionante nocaute sobre Brian Kelleher no UFC 296 do último sábado, Cody Garbrandt, ex-campeão dos galos, desafiou Deiveson Figueiredo. O PVT entrou em contato com o ex-campeão dos moscas, que aceitou o desafio.
“Seria um lutão! Ele é como eu: luta para matar ou morrer. Eu sou o número 8 do ranking, e ele nem está ranqueado. Mesmo assim, uma luta entre ex-campeões é interessante para os fãs. Aceito o desafio e gosto da ideia de lutar no Brasil”, disse Deiveson, em áudio exclusivo ao PVT.
Após perder o cinturão dos moscas em janeiro de 2023, o Deus da Guerra subiu para os galos e venceu Rob Font em dezembro do mesmo ano. Já “No Love” vem de três vitórias e três derrotas após perder o título para TJ Dillashaw, em 2018.
ADXC 2 terá Aljamain Sterling contra Chase Hooper na luta principal, em janeiro
O card do ADXC 2 começa a tomar forma. Com 3 duelos já divulgados, a 2a edição do evento, que será realizada no dia 19 de janeiro, na Mubadala Arena, em Abu Dhabi, Emirados Árabes Unidos, promete abrir o ano de 2024 com um grande show. Na luta principal, o astro norte-americano Aljamain Stering, detentor do cinturão dos peso-galos do UFC entre março de 2021 e agosto de 2023, enfrenta o jovem talentoso Chase Hooper, em um desafio sem quimono, pela categoria meio-médio, até 77kg.
Considerado um expoente da nova geração do MMA, o norte-americano Chase Hooper, de 24 anos, iniciou sua carreira no jiu jitsu e se destacou ainda como juvenil na arte suave. Não demorou para fazer a transição para as artes marciais mistas, onde se destacou rapidamente por suas finalizações e suas performances agressivas. Já Sterling, iniciou sua trajetória no mundo da luta no wrestling, e com uma base forte e um estilo imprevisível na luta agarrada se tornou um dos principais nomes do UFC na atualidade. Aos 34 anos, o ex-campeão demonstra ainda estar no auge da sua forma física e técnica, e, sem dúvidas, capaz de promover muitas emoções para os fãs.
“Os fãs podem esperar mais um grande espetáculo nesta segunda edição. Estamos preparando um card especial, com os melhores atletas do mundo inteiro. Teremos dois campeões do World Pro nas lutas principais, o que mostra o quanto valorizamos os nossos campeões mundiais de jiu jitsu e outras grandes estrelas do grappling. Será mais uma noite inesquecível”, afirma o brasileiro Rodrigo Valério, um dos idealizadores do evento junto com Vossa Excelência Abdulmunan Al Hashemi.
Nas duas outras lutas confirmadas no ADXC 2, dois destaques da última edição do Abu Dhabi World Pro de Jiu Jitsu. Os portugueses Pedro Ramalho e Bruno Lima, que surpreenderam o mundo e sagraram-se, pela primeira vez, campeões mundiais, em novembro, terão a chance de mostrar novamente todo seu talento de quimono. Os lutadores subirão no octógono para enfrentarem o sueco Max Lindblad e o brasileiro Manuel Ribamar, nas categorias meio-médio (até 77kg) e médio (até 85kg), respectivamente.
Todas as lutas do ADXC 2 serão transmitidas ao vivo e sem custos pelo canal de streaming TX7 (tx7.ae), a partir das 13h (de Brasília).
CARD PARCIAL ADXC 2
Abu Dhabi, Emirados Árabes Unidos
19 de janeiro de 2024
LUTA PRINCIPAL GI
77kg – Aljamain Sterling x Chase Hooper
LUTA PRINCIPAL NO GI
85kg – Bruno Lima x Manuel Ribamar
77kg – Pedro Ramalho x Max Lindblad
Brasileiros concorrem a prêmios de melhores do ano no LFA
A votação para os fãs escolherem os melhores do ano do LFA está na reta final. Até o próximo domingo (31/12), todos podem votar através do link https://www.surveymonkey.com/r/JM3RM25. Os vencedores de cada categoria serão anunciados no dia 3 de janeiro.

Diversos brasileiros concorrem aos prêmios. Na categoria de melhor lutador do LFA em 2023, disputam Eduardo Chapolin, Hugo Cunha, Jefferson Toddynho, Michael “PQD” e Márcio Ticoto. Na de melhor lutadora, Rose Conceição, Yasmin Castanho, Lany Silva, Mariana Piccolo e Aieza Bertolso.
A joelhada de Carlos Prates em Eduardo Camelo e o chute alto de Kauê Fernandes sobre em Felipe Buakaw, ambos no LFA 154, e o soco de Marcio Ticoto em Wellinton Prado no LFA 162 disputam o prêmio de nocaute do ano. A guilhotina em pé de Luana Santos sobre Bartira Rodriguez, no mesmo evento, e o mata-leão de Caio Machado sobre Ilyor Uulu concorrem à finalização de 2023.
Atualmente os únicos brasileiros campeões do UFC, Alex Poatan e Alexandre Pantoja concorrem ao troféu de melhor ex-LFA do ano. Realizadas em solo brasileio, as edições de número 151, 154, 159, 162, 166 e 171 concorrem ao título de melhor evento do LFA de 2023.
As batalhas entre os brasileiros Anderson Buzika x Milson Castro; e Samuel Silva x Rodrigo Lídio, realizadas no LFA 151 e 166, respectivamente, ambos no Brasil, disputam o prêmio de melhor luta do ano. A imagem do público no LFA 159, em Caraguatatuba-SP, registrada pelo fotógrafo Caio Rodriguez, concorre à foto do ano.
ADCC 2001: Arona vence oito e fatura peso e absoluto nas olimpíadas do grappling

Depois de colocarem o Brasil em primeiro lugar no quadro de medalhas nas duas primeiras edições do ADCC (1998, 1999 e 2000), os brasileiros voltaram a dominar a 4o edição das olimpíadas da luta agarrada, realizadas nos dias 11,12 e 13 de abril de 2001 em Abu Dhabi. Desta vez faturando 4 medalhas de ouro, três de prata e seis de bronze. Destaque para Ricardo Arona, que venceu peso e absoluto e Royler Gracie, que faturou o tricampeonato. Como de praxe o evento entrou para a história por grandes classicos como Arona vs Cachorrão, Zé Mario vs Mark Kerr, Royler vs Robinho, Arona vs Jean Jaques, Cacareco vs Chael Sonnen, Saulo vs Arona, Leo Santos vs Léo Vieira, Serra Vs Gomi, Rodrigo Gracie vs Genki Sudo, Libório vs Tamura e dezenas de outras lutas antológicas.
Texto e fotos: Marcelo Alonso
Depois de sair do anonimato faturando a medalha de ouro na divisão mais difícil de 2000, Ricardo Arona voltou ainda mais inspirado para a edição de 2001 em Abu Dhabi.
Na categoria até 98 kg, o niteroinse, começou derrubando o russo Ruslan Masuchenko (2×0), pegando na sequência Renato Babalú, que havia finalizado com uma chave de calcanhar o wrestler japonês Hirashi Fujita. O clássico entre os campeões de Vale-Tudo parou o ginásio. O representante do Ruas Vale Tudo começou melhor e, após passar para as costas de Arona, quase conseguiu derrubá-lo, mas o atleta da BTT se desvencilhou e, na sequência, conseguiu cinturar o oponente colocando-o para baixo (segurando Babalú por 3 segundos), garantindo os dois pontos e a passagem a semifinal. Mas para chegar a final Arona teve que vencer o durissimo John Olav Einemo , que havia eliminado Rigan Machado (queda) e Rolles Jr. (passagem de guarda).
Do outro lado da chave Ricardo Cachorrão , em dia inspiradíssimo, finalizava com um mata-leão o duro Yuri Stetsenko, passando na sequência por Dean Lister e fazendo, na semifinal, um clássico Jiu-Jitsu x Luta-Livre com Cacareco. Aliás, o atleta da luta-livre que havia perdido para Nino na final seletiva brasileira e foi convidado pelo Sheik Tahnoon, não desapontou o anfitrião. Depois de vencer Marc Laimon (pontuação negativa), Cacareco finalizou o ainda desconhecido Chael Sonnen com uma guilhotina. Na aguardada semifinal, Cacareco começou melhor e por pouco não faz com o aluno de Renzo o que havia feito com Fernando Paradeda na semifinal das eliminatórias nacionais (deslocou o braço do aluno de Sperry). O braço de Cachorrão chegou a estalar, mas ele conseguiu escapar da temida americana. A vitória do aluno de Renzo veio quando Cacareco o puxou pra guarda tentando uma guilhotina. Ricardo defendeu e passou pra final com Arona.
A grande final até 98kg foi uma das melhores lutas da história do evento. A luta foi uma guerra de 20 minutos onde ambos tentaram quedas o tempo todo e o aluno de Renzo, apesar de conseguir os lances mais bonitos da luta, acabou perdendo ( -1). Cachorrão chegou a levantar Arona nas costas, deu alguns passos e depois arremessou o atleta da BTT, que já caiu de quatro atacando as pernas do oponente e encaixando, na sequencia, uma de suas perigosas guilhotinas.
Na disputa pelo bronze Cacareco finalizou John Olav e levou os 3 mil dólares pra casa.
GRANDES CLÁSSICOS NO ABSOLUTO
Ao contrário do ano anterior, quando Mark Kerr não teve problemas para vencer, neste ano os brasileiros dominaram inteiramente a categoria mais cobiçada do evento, ficando com as quatro primeiras posições e garantindo um total de US$ 56 mil (40 para o primeiro, 10 para o segundo , 5 para o terceiro e 1 para o quarto). Tendo em vista a atuação dos brasileiros nas divisões e a desistência dos gigantes Tom Erikson e Mark Robinson de participarem do absolutos, dos 16 escolhidos por Tahnoon para a chave do absoluto, 8 eram brasileiros.
Arona abriu a categoria finalizando o mais pesado dos estrangeiros na chave, o alternate olimpico do time americano Roger Neff. O niteroiense puxou pra meia guarda e, com um bote certeiro, finalizou o gigante em menos de um minuto, eliminando na sequência Saulo Ribeiro (2×0). Logo abaixo, seu parceiro de treinos Vitor Belfort vencia o japones Genki Sudo (3×0), passando na sequência pelo americano Rico Rodriguez (2×0), que havia eliminado Cacareco pelo mesmo placar.
Do outro lado da chave, Ricardo Cachorrão, que dali a três semanas lutaria com Matt Lindland no UFC, vencia o russo Mashurenko, finalizando na sequência, com um lindo armlock da guarda, o wrestler Mike Van Arsdale.
Infelizmente as semifinais foram marcadas por lutas pre definidas entre parceiros de treino. Na primeira, entre alunos de Carlson Gracie, Arona venceu Belfort. Já na outra semifinal, entre icones de duas gerações da Barra Gracie, Ricardo Cachorrão não ofereceu resistência ao mais graduado Jean Jaques.
A grande final foi marcada por um classico brasileiro: Carlson Gracie Vs Barra Gracie. Arona e Jean fizeram uma das melhores lutas da competição. Sempre buscando a finalização, como é seu estilo, o Machado fez dois perigosos ataques em sequência. Primeiro um leglock e depois uma omoplata. Em ambas oportunidades, Arona teve que mostrar muita técnica e tranquilidade para escapar, consolidando sua vitória com uma passagem de guarda, que lhe garantiu US 40 mil dólares e o direito de disputar os US 30 mil com seu ídolo Mark Kerr na primeira edição do evento no Brasil em 2003.
SUPERLUTA: MARK KERR X MARIO SPERRY
Um dos trunfos do ADCC sempre foi poder realizar, nas regras do grappling, confrontos dos sonhos do MMA. Bons exemplos disso são Carlão Barreto vs Mark Kerr em 1999 e Ricardo Arona Vs Tito Ortiz em 2000. Nesta quarta edição do evento, a superluta trazia este mote. De um lado, o campeão absoluto de 2000 e grande bicho papão dos pesos pesados nos ringues, Mark Kerr (110kg); de outro um dos maiores nomes da equipe Carlson Gracie, Mario Sperry (105kg), que na primeira edição venceu peso e absoluto e nas subsequentes venceu Enson Inoue (1999) e Roberto Traven (2000) nas superlutas.
Ao contrario da superluta entre Traven e Zé Mario na edição anterior, que foi marcada por excesso de respeito e pouca ação, não faltou emoção no duelo de meia hora entre Kerr e Sperry. O representante do Jiu-Jitsu começou surpreendendo ao puxar o wrestler pra meia-guarda atacando com um leglock antes dos cinco minutos. O gigante girou, quase se desequilibrou, e conseguiu escapar. “Se não rodasse no último segundo colocando o meu pé na bunda dele para puxar a minha perna, teria ficado dificil escapar”, reconheceu o americano após a luta.
Na sequência foi a vez de Kerr dar um susto na torcida brasileira ao aproveitar uma tentativa de single leg de Sperry para encaixar uma justa guilhotina. “segurei o ar encaixei meu queixo, puxei a pressão para a cabeça, consegui me restabelecer, Esperei ele cansar de fazer força e saí”, contou Sperry após a luta. A esta altura a luta estava empatada (-1 x -1). Mas no finalzinho, numa tentativa de passar a guarda, Kerr conseguiu que Sperry ficasse de quatro, garantindo a vitória e um lugar na super luta na proxima edição em 2003.

88KG: SAKÊ NO AÇAÍ
Após a histórica final de 2000, onde venceu Ricardo Libório na decisão, Saulo chegou em 2001 como favorito, apesar da presença na chave de Renzo Gracie, Nino e do proprio Libório. Mas neste ano o judoca japonesa, Sanae Kikuta, jogou sakê no nosso Açaí.
Nino começou a todo vapor estrangulando Akihiro Gono em 1min48s, garantindo o premio (3 mil dólares) de atleta mais técnico da competição ao finalizar o russo Alexander Sasha (vice campeão de 1999) com um triângulo partindo do omoplata. Enquanto isso na parte de cima da chave Saulo garantia a primeira semifinal brasileira ao eliminar o campeão da seletiva americana (2×0), finalizando na sequencia o sueco Richard Anderson.
Do outro lado da chave Libório e Renzo decepcionaram. Libório ainda começou bem, pegando o braço do idolo japonês Tamura em 1 minuto, mas acabou sendo eliminado na sequencia por Egan Inoue numa batalha de 20 minutos. Enquanto Renzo perdia logo de cara para Chris Brown. Brown acabou eliminado da semifinal por Sanae Kikuta, que chegou a uma das semis contra Egan Inoue, enquanto Saulo e Nino lutavam pelo outro lado da chave.
Kikuta chegou a final passando a guarda de Egan, enquanto Saulo eliminava Nino por puxá-lo para a guarda (-1).
Na grande final, Saulo começou justificando seu favoritismo derrubando e passando a guarda do japonês tentando definir a luta nos dez primeiros minutos, enquanto os pontos ainda não eram computados. Mas o tático japonês deixou o brasileiro se cansar para soltar o jogo quando os pontos começaram a valer. A poucos minutos do final do tempo regulamentar, Kikuta conseguiu passar a guarda do campeão mundial e quase pegar suas costas, garantindo a medalha de ouro. Quando o combate acabou Kikuta foi festejado pelos colegas japoneses como novo herói nacional merecendo a capa das duas principais revistas de luta de seu pais, a Kakutougi Tsushin e a GONG

77kg: SERRA SURPREENDE JEAN JAQUES E LÉO SANTOS
Na categoria até 77kg o favoritismo brasileiro era ainda maior. Afinal de contas, lá estavam Jean Jaques, Marcio Feitosa, Léo Vieira, Léo Santos e Rodrigo Gracie. Mas a grande surpresa veio dos EUA, Matt Serra. O aluno de Renzo Gracie, que em 2007 venceria GSP, se tornando campeão do UFC numa das maiores zebras da história, surpreendeu também no mundo do grappling, só que seis anos antes.
Se em 2000 Marcinho, que vinha sendo o grande nome da divisão, abriu para o mestre Renzo lutar a final com Jean Jaques, e acabou com o bronze, desta vez foi Serra que teve que abrir para Feitosa (mais graduado na hierarquia da Gracie Barra) e acabou no 2o lugar do podio. Mesmo tendo finalizado Takanori Gomi (Mata-leão), eliminado o favorito Jean Jaques com um ponto negativo e finalizado Léo Santos (também mata-leão). Santos, aliás, havia eliminado Léo Vieira (3×0) nas quartas Numa das melhores lutas do evento.
Mas sem duvida alguma Feitosa fez a sua parte. Começou finalizando o ingles Peter Angerer e, na sequência, eliminou o duríssimo Fernando Vasconcellos. Na semifinal Feitosa passou por Rodrigo Gracie. Mas se o compadrio entre Feitosa e Serra na final decepcionou os fãs, o mesmo não se pode dizer da disputa pelo terceiro lugar entre Léo Santos e Rodrigo Gracie. Um pega pra capar que valeu ao atleta da Nova União a medalha de bronze e o prêmio de US 3mil.
ATÉ 66KG: ROYLER FATURA TRI E ROBINHO ENCANTA SHEIK
No peso mais leve Royler Gracie conquistou seu terceiro título do ADCC, somando-se aos quatro ouros que conquistou no Mundial de Jiu-Jitsu. O Gracie começou finalizando rapidamente o australiano Martin Brown (mata-leão), na sequencia surpreendeu o americano Mike Cardoso com uma chave de calcanhar. O filho de Hélio Gracie garantiu sua vaga na final ao derrotar o compatriota Robson Moura (2 a 0), numa das lutas mais tecnicas da competição.
Enquanto isso, do outro lado da chave, o rival havaiano Baret Yoshida, que havia sido eliminado por ele logo na primeira luta em 2000, finalizava todos os oponentes com leglocks. Primeiro o brasileiro Gustavo Dantas, depois o japonês Naoya Uematsu e, na semifinal, o campeão de 1998, Alexandre Socka. Ao vencer Socka, aliás, o marrento havaiano aponto para Royler, que lutava com Robson Moura no ringue do lado e gritou “O proximo é você”. E foi exatamente o excesso de confiança do havaiano que acabou dando o título ao brasileiro ainda nos primeiros minutos. Royler aproveitou a ansia por finalização do havaiano, que o puxou para a guarda seguidas vezes, fazendo pontos. Resultado, em poucos minutos o brasileiro já marcava 5 x 0 no placar. “Esta é para o meu sobrinho Rockson” disse emocionado ao fim da luta Royler homenageando o filho de Rickson que havia acabado de morrer.
Mesmo não chegando a final Robinho encantou o Sheik Tahnoon. Pesando apenas 58kg o atleta da Nova União deu show em todas as suas lutas e, após finalizar Hiroyuki Abe (mata-leão) e surpreender o wrestler Joe Gilbert, que havia eliminado Fredson Paixão, Robinho venceu Alexandre Socka na disputa pela medalha de bronze e acabou sendo convidado pelo Sheik Tahnoon para ficar em Abu Dhabi ensinando aos seus filhos. Robinho acabou não aceitando a proposta de Tahnoon e voltou para dar aulas em sua academia em Ribeirão Preto.
GIGANTE SUL AFRICANO VENCE MONSON
Entre os mais pesados quem roubou a cena foi o aluno do brasileiro Ricardo Murgel, Mark Robinson de 133kg. Após ser finalizado (leglock) por Ricardão em 2000, o sul africano se internou com o faixa preta de Flávio Behring e mostrou o resultado este ano. Mark começou finalizando o ucraniano Valeri Yureskul com um estrangulamento, na sequncia eliminou Vitor Belfort, que havia finalizado o japonês Fukuda em sua primeira luta. Vitor estava melhor até metade do combate, mas no overtime, uma tentativa de queda de Robinson, acabou convencendo os juizes. “Achei que fui roubado. Ataquei mais nos 10 minutos iniciais. No overtime no chão ataquei o tempo todo e o cara não tentou uma passagem. Os juizes deveriam levar em conta não só minha ofensividade mas nossa diferença de 30kg”, reclamou o Fenômeno após a luta. Depois de eliminar Belfort, Robinson derrubou Rico Rodrigues no overtime e garantiu o ouro ao pegar as costas de Jeff Monson, que havia eliminado Tom Erikson na outra semifinal.
Chinzo Machida relembra trajetória no karatê e no MMA
Convidado desta edição do CONEXÃO PVT, Chinzo Machida relembrou toda a sua trajetória nos tatames, do karatê ao MMA, também resgatou memórias vividas na infância com a família karateca, falou da sua vitória no Karate Combat no último final de semana e analisou o campeão do UFC Alex Poatan.
The Conqueror 2 consagra novatos e veteranos ex-UFCs
Realizado no final de semana de Natal, em Angra dos Reis-RJ, a 2ª edição do evento The Conqueror Fight consagrou novos e velhos conhecidos do MMA. Na luta principal, o jovem Marcos Aurélio “Peruano” venceu Wanderley “Xuxa” por decisão unânime em duelo válido pelos pesos-galos e manteve a sua invencibilidade.
Uma luta antes, Luiz Henrique “KLB”, com passagem pelo UFC, levou a melhor sobre Luizão Garcia ao finalizá-lo com um katagatame ainda no segundo primeiro round de disputa. Por falar em veterano ex-UFC, Luiz “Besouro” superou Wendell Negão por decisão dividida num combate de punch strike (regras do boxe dentro do cage).
Outra atração do card foi a promoção de lutas de capoeira dentro do cage, com direito a música para embalar o show. Responsável pela ideia, Kelvyn Medeiros, promotor do The Conqueror, destacou o sucesso do evento.
“Só lutão, muitos combates disputados, além da presença de 3 UFCs. Queremos fazer eventos de luta de excelência, sempre com muito trabalho. Já estamos projetando novas edições para 2024”, projetou.
Confira abaixo todos os resultados do evento:
The Conqueror Fight
Angra dos Reis-RJ
23 de dezembro de 2023
PUNCH STRIKE
Jorge Miguel “Canelão” derrotou Lucas dos Santos “LC” por decisão dividida
MMA AMADOR
Rain Wilber derrotou Jeferson Guilherme por decisão unânime
MMA PROFISSIONAL
Hudson Machado derrotou David dos Santos por finalização (guilhotina) aos 4:23 do R3
Renan Neves derrotou Cristiano Amaral por finalização (katagatame) aos 2:38 do R2
Marcos Paulo “Vuvuzela” derrotou Victor Danthes por nocaute técnico aos 0:53 do R1
Marcello Phelyp derrotou Andrew Barbosa por nocaute técnico a 1:37 do R1
Vagner Oliveira derrotou João Antônio por finalização (katagatame) a 1:05 do R1
CAPOEIRA IN THE CAGE
Rômulo Spala derrotou Paulo Miranda por decisão majoritária
Eduardo da Silva “Espiga” derrotou Ruan “Mutante” por nocaute técnico aos 0:58 do R2
PUNCH STRIKE
Luiz Jorge Besouro derrotou Wendell Negão” por decisão dividida
MMA PROFISSIONAL
Luiz Henrique KLB derrotou Luiz Garcia por finalização (katagatame) aos 2:44 do R1
Marcos Aurélio “Peruano” derrotou Wanderley de Jesus “Xuxa” por decisão unânime